sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Viajar sozinho tem lá suas vantagens; conheça algumas delas

Apostar em uma viagem solo, para algumas pessoas, significa um ato de coragem; para outros, é sinônimo de liberdade, autoconhecimento e pura diversão. Foto: Getty Images


Para muita gente, ver-se sozinho em um lugar estranho pode parecer um verdadeiro pesadelo: barreiras geográficas, culturais e de idioma são alguns dos pontos mais impactantes para quem viaja sem companhia. Para outros, no entanto, viajar por conta própria parece uma ideia bastante atraente, como uma cena de filme, cheia de novas paisagens e pessoas.

Foi assim que assessora de imprensa Carolina Alves se viu pela primeira vez fora do País e sozinha. "Na época, tinha terminado um relacionamento e estava naquele momento em que você precisa ficar com você mesma. Então, resolvi aproveitar este momento e não pensei duas vezes. Resolvi me dar este presente, já que sempre tive o sonho de conhecer Paris e Portugal", contou.

A jornalista Mari Campos gosta tanto da prática que até escreveu um livro sobre o tema, Sozinha Mundo Afora, recém-lançado pela editora Verus. Como é também blogueira de viagem, vive se lançando em novos lugares em busca de boas pautas. A primeira aventura solo foi para Buenos Aires, por simples curiosidade. "Foi maravilhoso! Adorei a sensação, a ideia de comandar tudo, decidir tudo, sem ter que negociar com ninguém", lembra.

Preconceitos, encanações e perrengues
Algumas pessoas não se sentem à vontade para viajar sozinhas com medo do que os outros vão pensar, especialmente dentro do público feminino, conforme observa a jornalista Mari. "O grande preconceito ainda está na cabeça das mulheres que resistem a viajar sozinhas, por medo de serem taxadas de 'coitadas', 'solteironas' ou outras coisas do tipo. Na Europa, por exemplo, mulheres viajando sozinhas são comuns e frequentes há décadas. Por incrível que pareça, aqui as mulheres ainda são muito mais machistas e conservadoras que os próprios homens, na minha opinião", afirma.

A nutricionista Cibele De Nardi joga no time das que não pretendem se aventurar sozinhas. "Não vejo graça em viajar sozinha, não ter com quem compartilhar os momentos ou ter alguém para segurar na minha mão no avião", afirma, ressaltando que tem verdadeiro pavor de voar. Para ela, no entanto, a principal dificuldade seria na hora da chegada ao destino. "Eu teria medo de andar sozinha e me perder."

A jornalista Mari discorda, pois acredita que os problemas comuns a quem viaja sozinho são os mesmos para quem estar acompanhado, como atrasos, cancelamentos de voos ou extravios de malas. Por outro lado, em meio a tantas vantagens, ela enxerga dois grandes contras de quem quer apostar nessa aventura.
O primeiro é o custo, pois não ter ninguém para rachar as despesas pode sim ser um pouco mais pesado. O segundo é uma eventual "dor de barriga" sem ninguém por perto para ajudar. Para driblar estes dois problemas, ela indica: "quanto aos custos, a gente tem que se dedicar bastante à pesquisa e aproveitar as promoções. Muitos hotéis e cruzeiros fazem promoções e cobram preços justos para quem ocupa um quarto sozinho. Para quem é mochileiro, ficar num albergue em quarto coletivo é sempre econômico. Quanto à saúde, sair de casa com seguro saúde e seguro de viagem é item obrigatório", conclui.

Veja alguns bons motivos para se jogar nessa aventura
Quem já viajou sozinho consegue elencar uma série de motivos para se viver essa experiência. Já quem tem vontade, mas ainda falta coragem, basta dar uma olhadinha nas dicas fornecidas por quem já passou por isso.

Novos amigos
Para a assessora Carolina, uma das principais vantagens em viajar sozinha é a facilidade em conhecer novas pessoas. "Você se diverte muito, porque é praticamente obrigado a fazer amizade com outras pessoas. Até hoje tenho pessoas que conheci na minha viagem e que falo com elas por meio das redes sociais. É bacana manter esse contato", afirma. Ela lembra que, em Lisboa, teve a oportunidade de fazer muitos novos contatos. "Achei a experiência muito legal, pois quando as pessoas percebem que você é do Brasil, elas se abrem muito, querem ser amigos."

Liberdade e autonomia
"Sozinho você faz o que você quer, como quer, onde quer, na hora que quer, sem ter que negociar nada com ninguém", pontua Mari. A assessora Carolina confirma, relembrando sua viagem para Paris. "Acho que a experiência mais bacana na França foi poder caminhar sem pressa e passar por todos os lugares que eu quis."

Reflexão e autoconhecimento As entrevistadas confirmam que, além de divertida, a viagem solo é uma oportunidade para a reflexão. "Não existe maneira melhor de conhecer a si mesmo do que viajar sozinho e avaliar suas reações o tempo todo", afirma Mari. Para quem tem a vontade, mas ainda está inseguro, ela indica: "não tenha medo; simplesmente vá. Agora. Você vai se encantar. Viajar por aí é, sem dúvida, mil vezes melhor que ficar paradinho no mesmo lugar onde você se encontra.

Independência Não ter alguém do lado para dividir os pequenos probleminhas que eventualmente podem acontecer em uma viagem também acaba sendo uma forma de se desenvolver, segundo Carolina. "Sozinha, você tem que se virar 100% do tempo sem a ajuda de ninguém e aprende a resolver seus problemas", conclui.

Ela conta que passou por um "perrengue" na França e acabou tirando disso uma história engraçada. "Resolvi ir a pé do Arco do Triunfo até a Torre Eiffel. Teoricamente, a distância não é longa e dá para ir caminhando. Só que eu me perdi entre as ruas de Paris e não fazia a menor ideia de onde estava. Acontece qu, em Paris, grande parte dos moradores não falam inglês. As pessoas me olhavam como se eu fosse um ET, ninguém me entendia. Até que entrei em uma espécie de padaria e encontrei um cartaz com a propaganda de um produto que tinha a torre de fundo. Apontei e ele finalmente me orientou. Foi engraçado", relembra.

Aprendendo na prática As entrevistadas são unânimes em afirmar que a oportunidade de viajar sozinha é uma forma de respirar novos conhecimentos de uma forma divertida. "Poucas coisas na vida são tão prazerosas quanto viajar. Viajando você conhece outros povos, costumes, culturas, e volta enriquecido", finaliza Mari.

Fonte: Terra

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